Processo seletivo ou Olimpíadas?
Não passei em um processo seletivo! Fiquei arrasada porque a entrevista com o líder fluiu tão bem, eu tinha tantos exemplos e tamanha conexão com a posição… Não podia ser!
Mantive essa sensação de frustração por alguns minutos, refleti sobre o processo, avaliei friamente se poderia ter feito alguma coisa diferente e decidi seguir a vida porque conclui que genuinamente, não tinha nada que eu pudesse mudar. Estava segura de que tinha me saído bem na entrevista então, só não era mesmo a posição para mim e tudo bem! Bola pra frente e rápido porque agilidade emocional e resiliência são competências chave para essa fase de transição de carreira.
Semanas depois, acabei conhecendo ao acaso o candidato aprovado para a posição. Um mestre da área para qual eu estava concorrendo. Décadas de experiência e profissionalismo. Por um momento, eu pensei “jamais conseguiria competir com essa divindade da área!” e segundos depois, fui invadida de um orgulho e satisfação por ter feito parte desse grupo de gigantes profissionais que tiveram oportunidade de concorrer a tal vaga! A minha autoestima bateu nível recorde, meu sorriso no rosto foi grande e espontâneo e me senti voando alto. Não fui aprovada para a posição é fato, mas aparentemente, eu estava competindo uma final de Olimpíadas entre algumas das estrelas do mercado e me senti muito honrada de viver isso.
Você lendo essa história pode até pensar “não romantize, Poliana!”. Permita-me te dizer que não tem nada disso!
Eu estou hoje entre uma minoria de pessoas que consegue buscar oportunidade de trabalho de uma maneira planejada, pagando as contas sem perder o sono e tenho plena consciência disso. Entendo bem que entre os mais de 14 milhões de desempregados no país nesse momento, essa possibilidade de olhar a reprovação de uma vaga tão desejada e extrair o lado positivo não é uma realidade fácil para todos. Ainda assim, acredito que há algo de positivo em qualquer experiência de nossas vidas, mesmo que muitas vezes haja desequilíbrio e o lado positivo não se sobressaia às dores e dificuldades. Perdemos, choramos, desesperamos, mas precisamos seguir e, nesse momento, procurar olhar o lado positivo de uma dor, por menor que seja, pode ser um bálsamo para nos ajudar a levantar e ir adiante.
Então, se você está buscando um novo emprego ou uma oportunidade de mudança de área, não deixe de observar a beleza oculta das situações da vida, sempre acredite no seu valor e aproveite esse tempo para ler – é um exercício delicioso para ajudar nesse momento e vou recomendar aqui um dos meus favoritos: “Agilidade Emocional” da brilhante Susan David.
Agora, se você tem um amigo ou um familiar nessa fase de transição, mande um abraço carinhoso mesmo que virtualmente e lembre essa pessoa de que ela não está sozinha! Ah! E como é bom não se sentir sozinho!